Exclusiva: João Paulo, do Kairat do Cazaquistão, detalha preparativos para enfrentar o Real Madrid

Escrito por: Gabriel Gonçalves, Editor | Revisado por: Ricardo Crespo, Editor-chefe
Última atualização com odds corretas em set 12, 2025 05:35 pm – Odds sujeitas a alterações

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Na noite de terça-feira, 30 de setembro de 2025, a cidade de Almaty, no Cazaquistão, será palco de um momento histórico. O Kairat Almaty fará sua estreia em casa na UEFA Champions League, enfrentando ninguém menos que o Real Madrid, o maior campeão da competição. Para captar o clima de expectativa em torno do confronto e colocar você dentro do estádio em Almaty, o sitesdeapostas.bet conversou com João Paulo, atacante brasileiro do Kairat.

João Paulo iniciou a carreira no ABC, fazendo parte da equipe que entrou para a história ao eliminar o Vasco da Gama na Copa do Brasil. Ao longo de sua trajetória, passou pelo futebol chinês e búlgaro, incluindo uma passagem pelo Ludogorets, antes de chegar ao Cazaquistão. Em 2019, assinou com o Ordabasy, transferindo-se para o Kairat Almaty em 2021, tornando-se rapidamente um dos principais nomes da equipe que agora disputa a Champions League.

Durante a entrevista, João Paulo falou sobre sua trajetória no país, a cultura do futebol cazaque, a evolução do Kairat e as expectativas do país para a chegada do Real Madrid, revelando entusiasmo e orgulho por fazer parte desse momento histórico para o clube e para o futebol local.

 

Pergunta: É simbólico que a estreia em casa seja contra o Real Madrid. Então, como o país está se preparando para esse jogo?

João Paulo: “Cara, não se fala em outra coisa aqui, a não ser o Real Madrid. Você já vê algumas publicidades da rua e já começou aquela loucura sobre ingresso, que todo mundo quer ir assistir, ninguém sabe os valores. Muita gente no clube também quer trazer familiares para poder assistir, então está essa procura muito grande de ingresso. É tudo novo, tanto para a cidade como para o país também, né? Estar participando de mais uma Champions League. Mas é uma coisa muito, muito nova que está mexendo com toda a cidade em si e com o país também.”

P: João Paulo, você já está aí há quatro anos. Como foi a caminhada e o crescimento do Kairat para chegar na UEFA Champions League?

JP: “O nosso presidente é um cara que é muito visionário. É uma estrutura, digamos assim, não tô ficando maluco em falar, que chega perto de Real Madrid e Barcelona. Porque a estrutura que tem aqui, nós temos estrutura como se fosse hotel dentro do nosso CT. Nós temos a fisioterapia que é completamente inovadora, com muita coisa nova, tecnologia. A estrutura que o clube oferece já era pra estar numa Champions League.”

P: Como foi a jornada de classificação do Kairat Almaty para a UEFA Champions League?

JP: “A gente foi campeão. Fomos pra última rodada, que aqui é pontos corridos também, pra ganhar o jogo. Precisávamos ganhar o jogo porque a gente foi campeão com um ponto de diferença do time da capital, o Astana. E a última vez que o clube tinha sido campeão foi em 2020. Então já fazia um certo tempo que o clube não era campeão. E daí começa a trajetória da gente buscar essa vaga, porque a gente sendo campeão, você tem o passaporte para ir para a fase preliminar da Champions League.”

P: Na partida final da qualificação para a Liga dos Campeões, vocês eliminam o Celtic, um campeão do torneio. Como foi o clima?

JP: “Foi muito boa, muito bonito, o estádio lotado quando a gente jogou contra o Celtic, que foi um jogo super dramático. O goleiro titular machucou, o goleiro reserva entrou, pegou 3 pênaltis na decisão e o time classificou para a Champions. É uma noite que vai ficar, poderia ter sido muito melhor para mim se eu estivesse dentro de campo, mas vai ficar marcada na minha memória porque foi uma festa muito bonita e merecida também da nossa equipe.”

(No começo do ano, João Paulo teve uma grave lesão de rompimento que tirou o atleta do jogo histórico. Porém, o atacante reforçou o apoio aos companheiros.)

P: Como que tá o coração? Sentir assim: “eu consegui trazer o time pra jogar contra o Real Madrid”? O que passa na sua mente?

JP: “Muito feliz por poder participar da história do clube e chegar a uma situação dessa, de Champions League. Eu acho que vai ficar marcado na minha memória, na minha carreira, tenho certeza. Como você falou, já tenho 37, mas eu sinto ainda que dá para queimar uma lenha por aqui. Quero ficar, quero me recuperar pra jogar a partir de janeiro ou de fevereiro. Aí também não sei se minha carreira continua aqui no Kairat, porque o meu contrato acaba agora no final do ano e a gente vai sentar pra conversar e ver o que vai acontecer. Mas a ficha ainda não caiu. Em relação a isso, eu acho que para ninguém também daqui, a ficha não caiu de jeito nenhum que o clube vai jogar uma Champions League.”

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Em novembro de 2024, João Paulo comemorou 100 jogos pelo Kairat Almaty

P: Como foi a sua chegada no futebol do Cazaquistão e no próprio Kairat?

JP: “Do Ludogorets, em 2019, apareceu a oportunidade de vir para o Cazaquistão. Quando a primeira vez que apareceu o nome Cazaquistão, minha família já ficou meio que em pânico. Porque você escuta o nome Cazaquistão, você acha que é perto do Afeganistão, tem bomba, tem não sei o quê. E era o medo da minha família. Mas acabei falando com um cara que é de Natal e é muito conhecido no futsal aqui no Cazaquistão, que é o Cacau. Aí perguntei ao Cacau como é que era o Cazaquistão e acabou dando certo. E aí vim. Vim pro Cazaquistão, vim pra FC Ordabasy, que foi o primeiro clube. No Ordabasy eu passei dois anos e meio. Mas consegui ser artilheiro lá em 2020, que foi a época da pandemia. Fui artilheiro e fui considerado o melhor jogador da liga. E daí veio a oportunidade de vir pro Kairat. Isso em 2021, na metade 2021. E aí começa a minha trajetória no clube. Aqui já estou com quatro anos e meio. E fui artilheiro duas vezes da competição. E também duas vezes melhor jogador, duas vezes melhor atacante. Isso são coisas que ficam legais na carreira, né?”

P: E como é o dia a dia aí? Tem muita diferença na vida no Brasil? Como é a culinária e o próprio conforto para viver no Cazaquistão?

JP: “Por já ter vivido na Coreia, que era completamente diferente de tudo que você come no Brasil, eu já não tinha um choque cultural tão grande. Já vinha com essa bagagem de Coreia do Sul e de Bulgária. Mas a coisa mais interessante que a gente vê por aqui é a questão da alimentação, é que o pessoal aqui come cavalo. Então, isso já é muito diferente pra gente. No Brasil, o cavalo, a gente sabe que é pra fazer esporte, pra andar, pra fazer alguma coisa assim, mas não pra comer, né? Mas é uma cidade muito tranquila, muito boa. Os meus filhos já estudam aqui. Um tem seis anos, o outro tem dez. Já estudam aqui há um bom tempo. Apesar que as escolas são americanas, mas eles falam muito bem também o russo. Fala até bem melhor do que eu. Às vezes quem quebra um galho aqui, sou eu que sou meio preguiçoso pra estudar.”

P: Como você caracteriza o futebol no país? É um jogo mais corrido, mais pegado?

JP: “Eles são muito bem fisicamente, mas o nível do futebol ainda tá evoluindo bastante. Porque eu já venho de 2019, e o futebol tem evoluído muito. Ainda precisa melhorar muita coisa, mas tem evoluído bastante, porque aqui você vê um time como o da capital, que é o Astana, já disputou também Champions League, já jogou Europa League. Nós também, no Kairat, eu tive a oportunidade também de jogar em 2021 com o Vagner Love, a Conference League. Classificou para jogar a Conferência League. Então o país está evoluindo bastante.

P: E como é a torcida?

JP: “Quando eu saio com a família e tal, os torcedores não são tão fanáticos assim, como a gente vê em outros países, até no Brasil mesmo. Chegam pra tirar foto, pede autógrafo, às vezes pede uma camisa e tal. Mas são bem respeitadores e bem tranquilos, que é completamente diferente do Brasil. Eu digo assim porque tem dias, tem jogos que a gente acaba perdendo e a gente sai aplaudido, entendeu? E no Brasil você sabe que tem dia que se você perde um jogo ou um clássico, você é melhor nem sair no outro dia de casa, né? Eu falo porque eu passei situações por ter vivido o ABC, em Natal é incrível, a rivalidade que existe contra o América é uma rivalidade muito grande, né? Então tinha jogos que a gente às vezes perdia que eu evitava sair de casa porque a gente sabia que não era legal.”

P: Existem também torcidas uniformizadas, que vai sempre nos jogos, com cantos, com esse clima de estádio?

JP: “Tem sim. Nós temos uma torcida organizada que eles estão sempre nos jogos da gente. E os caras fizeram música pra mim; a tradução da música fala que toda vez que eu faço gols, eles tomam cerveja. Mas eles são muito, assim, o futebol em si, no Cazaquistão, ele não é a primeira opção como no Brasil, entendeu? Aqui eles são muito fechados, eles gostam muito de assistir luta, né? Se você ver o Cazaquistão sempre tá nas Olimpíadas com boxe, com outros tipos de artes marciais.”

 

O Kairat estreia na Champions no dia 18 de setembro de 2025, jogando contra o Sporting, em Portugal, antes de enfrentar o Real Madrid, no dia 30 de setembro.

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