Muitas pessoas acreditam que o apoio do público não faz muita diferença no tênis, com a justificativa que durante as trocas de bolas o público não pode se manifestar. Porém, não bem assim e a torcida pode ter, sim, um papel importante na vitória de um jogador.
Fernando Meligeni é um dos maiores exemplos de como o público pode transformar uma partida
O ex-tenista Fernando Meligeni, o “Fino”, foi um dos melhores tenistas do Brasil e do mundo no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Em 1999, por exemplo, ele foi semifinalista em Roland Garros e alcançou o posto de número 25 do mundo no fim do mesmo ano.
Fino teve experiências agridoces com o público durante a carreira. Em Atlanta, durante a disputa dos Jogos Olímpicos, Meligeni foi atrapalhado por um torcedor brasileiro durante a disputa da semifinal de simples, contra o espanhol Sergi Bruguera.
Quando estava à frente de Bruguera no primeiro set, Meligeni foi sacar pra fechar no 6 a 4 no tie-break da primeira parcial e um torcedor brasileiro na arquibancada gritou: “Vai errar”. O grito ficou na cabeça de Meligeni, que a partir daí se perdeu na partida e acabou sendo derrotado em dois sets, com parciais de 7/6 e 6/2.
“Eu fiz 6/4 no tie break do primeiro set, quer dizer: eu tive chances. Se passo ali, era medalha garantida na final contra o Agassi. Mesmo assim, meu braço segurou e é normal. O tamanho de uma medalha é muito grande”, disse o ex-tenista, em entrevista para a Jovem Pan.
“Se eu ganhasse uma medalha olímpica seria totalmente diferente. As pessoas poderiam até não dar valor, mas eu, sim”, completou Fino.
Se em Atlanta a experiência com torcedores foi desagradável, Meligeni soube utilizar o apoio do público a favor em momentos épicos da Copa Davis. Em 2000, em duelo contra Karol Kucera, um dos melhores tenistas na época, Meligeni teve uma atuação incrível e aproveitou muito bem o apoio da torcida brasileira, no Rio de Janeiro, para vencer o rival.
Além disso, na conquista da medalha de ouro Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003, muitos brasileiros apoiaram Meligeni na sua campanha vitoriosa, que terminou com triunfo épico sobre o chileno Marcelo Rios, ex-número 1 do mundo.
Jon Isner e Lucas Pouille são provas que o local pode ter influência sobre o jogador
O francês Lucas Pouille, um dos melhores tenistas do circuito profissional, é muito talentoso. Mas sua carreira mostra que ele rende mais em partidas de Copa de Davis, quando representa o seu país. Em 2017, por exemplo, quando tinha 23 anos, ele foi um dos protagonistas do título da França na Copa Davis daquele ano. Muitas vezes as casas de apostas não levam muito em conta a diferença de performance que os jogadores podem ter atuando em seu país, e quando está em outro local.
O sacador estadunidense John Isner, por exemplo, tem 15 títulos de simples na carreira. Desse montante, 14 foram conquistados nos Estados Unidos. Esta é uma das estatísticas que mais comprovam a tese que alguns jogadores crescem muito de performance junto ao seu público local.
O outro lado da moeda e a leitura exata nas apostas
Tem jogadores que reagem ao contrário e que sentem a pressão de jogar em seus respectivos países? Sim, obviamente, pois cada tenista tem seus conflitos internos e reagem de maneiras distintas
A questão é que analisar esses fatores antes de uma realizar uma aposta não deixa de ser interessante, é um ingrediente a maior para muitas variantes que compõem uma partida de tênis disputa em alto nível.
Muitas vezes, apostas na live podem ser influenciadas por essa questão do público, principalmente em jogos muitos acirrados com público envolvente. São nestes momentos que a boa leitura de jogo do apostador deve prevalecer ao interpretar distintos cenários dentro de uma mesma partida. E isso é bem relevante para os grandes sites de apostas.
